Quanto sofro ao ver que serviços básicos sociais estão em verdadeiro caos.
Inúmeras pessoas lotam as filas em busca de atendimento para coisas corriqueiras, mas saem frustradas pelo simples motivo de não conseguirem resolver suas questões.
Não sabemos de quem é a culpa. Sabemos que os serviços públicos de base estão em constante queda de qualidade. Podemos externar nossas angústias e queixas a um vigilante ou a pessoa que faz as fichas no hospital, mas será que a culpa é realmente deles, caso você seja atendido em uma emergência de um hospital público após exaustivas 12, 13 ou 15 horas?
E por falar em emergência, porque o atendimento é tão demorado? Perdemos a conta daqueles que perderam suas vidas nas filas do PS.
Invejo o padrão de qualidade adotado por hospitais como o Sarah
De quem é a culpa de inúmeras invasões de terra, ou até mesmo de mudanças repentinas de destinação de áreas, para atender os interesses de alguns poucos que se enriquecem com suas construções comerciais, em locais que deveriam ser escolas, creches, hospitais, centros de assistência a idosos? Se os condomínios são ilegais, se algumas áreas não podem ser construídas, por causa das nascentes e da preservação da vegetação, por que o governo deixa instalar luz, água e ainda cobra impostos como o IPTU e a TLP? É certo cobrar de algo que legalmente nem poderia existir? De quem é a culpa?
De quem é a culpa, quando governantes desviam quantias exorbitantes de bancos estatais, e depois de algum tempo, ninguém ouve falar de mais nada, (impunidade) enquanto pessoas perdem toda a sua dignidade quando, por fome, extraviam pão, ou outro produto para a sua subsistência e são esquecidas nas cadeias sem direito a defender-se dignamente?
De quem é a culpa, quando crianças andam cinco, sete ou mais quilômetros em estradas empoeiradas e perigosas para chegarem em uma escola, e receberem educação para a vida? Por que alguns setores de nossa cidade recebem mais recursos do que outros? Por acaso o dinheiro da classe trabalhadora e operária é pior do que das classes mais abastadas?
Talvez você ache que estou me referindo a uma cidade pequena, mas falo do cotidiano da capital do País. De quem é a culpa?
Entendo que parte da culpa é minha, é sua, de todos nós. Qual foi a última vez que nos prontificamos a agir em defesa da igualdade social, da inclusão das camadas mais pobres, não em linhas de crédito, que acabam endividando mais as pessoas e enriquecendo aqueles que vivem dos juros dos cartões e dos financiamentos pessoais, mas inclusão da dignidade humana, de ver seus direitos se valerem de forma não mais abstrata, mas real, com vida, em nosso dia a dia. No ônibus, na fila do banco ou do hospital, na cadeira da escola, com tratamento digno quando abordado por um policial, enfim em tudo o que faz o ser humano diferente das demais espécies: na vida comum de uma sociedade estabelecida por leis para preservarem o maior direito que todos temos: o direito à vida.(abaixo segue um video que não é meu- no final seguem os créditos devidos - que também fala um pouco disto tudo)
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